Os discípulos de emaús - Han van Meegeren
Han Van Meegeren, o mais célebre dos falsários.
Van Meegeren era um negociante de arte holandês que, ao final da Segunda Guerra Mundial, foi acusado de colaborar com os nazistas, ao vender um quadro de Vermeer para ninguém menos que Hermann Goering, o segundo homem do Reich. Se fosse condenado, poderia encarar a pena de morte. Foi por esse motivo que Van Meegeren abriu o bico e revelou que ele mesmo havia pintado aquele quadro e mais algumas “legítimas” pinturas de Vermeer. O caso de traição virou escândalo internacional.
Van Meegeren decidiu forjar seus próprios Vermeers, além de alguns Frans Halls e outros pintores holandeses do século XVII. Mas seu interesse era mesmo Vermeer.
Estudou sua técnica, aprendeu a fazer as tintas, a fabricar os pincéis e a preparar as telas como no tempo de Vermeer. E mais importante, aprendeu, praticamente sozinho, como acrescentar alguns séculos na idade das pinturas: esticando e amarrotando a tela para simular o craquelê, fazendo incisões no seu verso, aquecendo-a num forno para endurecer a tinta, adicionando poeira e tinta Nanquim na última camada de verniz, para que penetrassem nas rachaduras, lavando-a em seguida, comprando madeira e pregos de casas seculares demolidas para montar o chassi; enfim, esmerando-se na sua missão de enganar os mais gabaritados especialistas e provar que não era um artista medíocre.
No que foi extremamente bem sucedido. Quando desovou as suas primeiras falsificações, ainda nos anos 30s, os quadros foram recebidos com entusiasmo.
A tela “Os Discípulos em Emaús”, pintada por ele em 1937, foi considerada uma das mais importantes de Vermeer, um verdadeiro “elo perdido” que finalmente ligava a fase inicial de seu trabalho com as obras de sua fase madura.
Foi comprada pela Rembrandt Society por cerca de US$ 4.000.000 (em valores actuais) e doada ao Museu Boijmans van Beuningen. E foi o primeiro de muitos: estima-se que Van Meegeren recebeu entre US$ 25 – 30 milhões por suas falsificações. Goering, por exemplo, pagou cerca de US$ 7.000.000 (sempre em valores actuais) para pendurar um “Vermeer” em sua casa.
E apenas por isso é que se descobriu a fraude, para a mais absoluta incredulidade dos especialistas.
Seu julgamento foi um verdadeiro espectáculo, com experts de toda a Europa convocados para analisar os quadros considerados falsos. Van Meegeren pintou seu último Vermeer durante o julgamento, para convencer a corte de que ele, na verdade, havia enganado os nazistas, e não vendido um tesouro nacional.
Van Meegeren foi condenado por fraude a um ano de prisão, mas morreu antes de cumprir a sentença.
De uma hora para outra, aqueles quadros atestados e confirmados pelos especialistas como autênticos passaram à categoria de falsificações e relegados aos porões dos museus como incómodas lembranças. Estas pinturas valiam milhões de florins, e especialistas e amantes da arte chegavam do mundo todo e pagavam para ver essas pinturas. Hoje, elas não valem nada, e ninguém atravessaria a rua para vê-las de graça.
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PS: as pinturas aqui reproduzidas são falsificações de Van Meegeren.
http:// opensadorselvagem.org/ arte-e-cultura/ ronda-noturna/ o-caso-van-meegeren
Han Van Meegeren, o mais célebre dos falsários.
Van Meegeren era um negociante de arte holandês que, ao final da Segunda Guerra Mundial, foi acusado de colaborar com os nazistas, ao vender um quadro de Vermeer para ninguém menos que Hermann Goering, o segundo homem do Reich. Se fosse condenado, poderia encarar a pena de morte. Foi por esse motivo que Van Meegeren abriu o bico e revelou que ele mesmo havia pintado aquele quadro e mais algumas “legítimas” pinturas de Vermeer. O caso de traição virou escândalo internacional.
Van Meegeren decidiu forjar seus próprios Vermeers, além de alguns Frans Halls e outros pintores holandeses do século XVII. Mas seu interesse era mesmo Vermeer.
Estudou sua técnica, aprendeu a fazer as tintas, a fabricar os pincéis e a preparar as telas como no tempo de Vermeer. E mais importante, aprendeu, praticamente sozinho, como acrescentar alguns séculos na idade das pinturas: esticando e amarrotando a tela para simular o craquelê, fazendo incisões no seu verso, aquecendo-a num forno para endurecer a tinta, adicionando poeira e tinta Nanquim na última camada de verniz, para que penetrassem nas rachaduras, lavando-a em seguida, comprando madeira e pregos de casas seculares demolidas para montar o chassi; enfim, esmerando-se na sua missão de enganar os mais gabaritados especialistas e provar que não era um artista medíocre.
No que foi extremamente bem sucedido. Quando desovou as suas primeiras falsificações, ainda nos anos 30s, os quadros foram recebidos com entusiasmo.
A tela “Os Discípulos em Emaús”, pintada por ele em 1937, foi considerada uma das mais importantes de Vermeer, um verdadeiro “elo perdido” que finalmente ligava a fase inicial de seu trabalho com as obras de sua fase madura.
Foi comprada pela Rembrandt Society por cerca de US$ 4.000.000 (em valores actuais) e doada ao Museu Boijmans van Beuningen. E foi o primeiro de muitos: estima-se que Van Meegeren recebeu entre US$ 25 – 30 milhões por suas falsificações. Goering, por exemplo, pagou cerca de US$ 7.000.000 (sempre em valores actuais) para pendurar um “Vermeer” em sua casa.
E apenas por isso é que se descobriu a fraude, para a mais absoluta incredulidade dos especialistas.
Seu julgamento foi um verdadeiro espectáculo, com experts de toda a Europa convocados para analisar os quadros considerados falsos. Van Meegeren pintou seu último Vermeer durante o julgamento, para convencer a corte de que ele, na verdade, havia enganado os nazistas, e não vendido um tesouro nacional.
Van Meegeren foi condenado por fraude a um ano de prisão, mas morreu antes de cumprir a sentença.
De uma hora para outra, aqueles quadros atestados e confirmados pelos especialistas como autênticos passaram à categoria de falsificações e relegados aos porões dos museus como incómodas lembranças. Estas pinturas valiam milhões de florins, e especialistas e amantes da arte chegavam do mundo todo e pagavam para ver essas pinturas. Hoje, elas não valem nada, e ninguém atravessaria a rua para vê-las de graça.
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PS: as pinturas aqui reproduzidas são falsificações de Van Meegeren.
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